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Vale Tudo 2025 transforma Odete Roitman: violência inédita e morte surpresa

Vale Tudo 2025 transforma Odete Roitman: violência inédita e morte surpresa
Jonatas Santana 6/10/25

Quando Débora Bloch vestiu a icônica capa preta de Odete Roitman no remake de Vale TudoSão Paulo, a expectativa virou choque. Na transmissão de segunda‑feira, 29 de setembro, a vilã disparou contra Ana Clara (Samantha Jones), assassinando‑a a queima‑roupa. Dois dias depois, a mesma arma ficou apontada para o filho Leonardo (Guilherme Magon), embora o gatilho nunca tenha sido puxado.

Contexto da novela original e do remake

A versão clássica, exibida entre 1988 e 1989, contou com Beatriz Segall como a implacável magnata. Naquela época, Odete dizia frases cortantes, mas nunca chegou a tirar vidas. O drama cultural era decisivo: a personagem simbolizava um Brasil em transição, e sua crítica era vista como quase revolucionária.

Já o projeto de 2025 foi idealizado por Manuela Dias, cuja entrevista à coluna F5/Outro Canal, da Folha de S.Paulo, revelou a intenção de “atualizar” a vilã. "Falar mal do Brasil não é mais legal", afirmou a roteirista, citando a mudança de postura da sociedade frente a críticas nacionalistas.

Transformação de Odete Roitman: da vilã de bordão à assassina

A escalada da violência aconteceu em duas cenas marcantes. Primeiro, o tiro em Ana Clara, que serviu de gatilho (literalmente) para a remessa de sangue que tem dominado a trama. Depois, a ameaça velada ao filho Leonardo trouxe um tom psicológico ainda mais denso, despertando dúvidas sobre o que realmente motiva Odete.

Segundo o diretor artístico Paulo Silvestrini, a decisão de armar a personagem foi "necessária para que o público de 2025 reconheça a vilã como alguém que realmente cruza linhas morais, não apenas joga palavras afiadas".

Os números de audiência dão conta do impacto: a estreia do remake alcançou 12,4 pontos no Ibope, enquanto o episódio de 29/09 subiu para 14,1 pontos, indicando que a violência inesperada atraiu ainda mais telespectadores.

Reações do público e das redes sociais

Reações do público e das redes sociais

Nas primeiras semanas, a hashtag #OdeteMorte explodiu no Twitter. Usuários dividiram opiniões – alguns elogiaram a ousadia, enquanto outros criticaram a “destruição de um ícone cultural”. A própria Manuela Dias respondeu com dois posts no Instagram: "Desculpem o incômodo, estamos trabalhando para o conforto de vocês" e "Odete é Odete". A rede Globo, ainda que silenciosa, lembrou aos atores que "não alimentem críticas negativas", política já usada durante a controvérsia de Família É Tudo.

Especialistas em mídia, como a professora de comunicação da USP, Maria Clara Ramos, apontam que a decisão reflete um “novo padrão de vilania” que privilegia ação sobre discurso, alinhado ao ritmo acelerado da ficção contemporânea.

Impacto na trama e no mistério final

A morte de Odete, marcada para 6 de outubro, desencadeou a fase final da novela: um mistério de assassinato que lembra os clássicos whodunit. Suspeitos incluem filhos, sócios de negócios, e até o próprio ex‑marido. Cada pista joga luz sobre decisões anteriores, como o ato de ameaça ao filho, que agora serve de ponto de partida para teorias dos fãs.

  • Data da morte: 06/10/2025
  • Suspeitos principais: Leonardo Roitman (filho), Gerson Figueiredo (sócio)
  • Motivo suspeito: disputa sucessória
  • Diretor de arte: Ricardo Waddington
  • Produção: Globo

O que antes era puro drama familiar evoluiu para uma trama policial, ampliando o leque de público – de telespectadores tradicionais a fãs de thriller.

Próximos passos e expectativas

Próximos passos e expectativas

Com a temporada de estreia ainda em curso, a redação de NaTelinha promete revelar, a cada noite, novos indícios sobre o assassino. Enquanto isso, Débora Bloch se prepara para o próximo desafio artístico, admitindo em entrevista que "interpretar a morte de Odete foi tão intenso quanto viver a vilania".

Se a audiência continuar em alta, a expectativa é que a Globo aproveite o sucesso para lançar um spin‑off focado nos bastidores políticos da trama, algo que já foi cogitado pelos produtores.

Perguntas Frequentes

Por que Odete Roitman foi transformada em assassina?

Manuela Dias explicou que a escolha foi feita para tornar a vilã mais "relevante" ao público atual, que prefere personagens cujas ações tenham consequências reais. O tiro acrescenta tensão e alinha a novela ao clima de suspense que domina as séries de 2020‑2025.

Como o público reagiu à violência de Odete?

Nas redes sociais, a reação foi dividida. Enquanto um segmento elogiou a coragem criativa, outro considerou que o ato rompeu o legado da personagem original. As hashtags #OdeteMorte e #OdeteViolenta ganharam tração simultânea, gerando debates intensos.

Qual o impacto da morte de Odete na trama?

A morte abre uma fase de investigação dentro da novela, colocando em risco todos os personagens ligados ao império Roitman. Isso aumenta o suspense e atrai novos espectadores, principalmente fãs de mistério.

Quem são os principais suspeitos do assassinato?

Até agora, os nomes mais citados são Leonardo Roitman, filho da vítima, e Gerson Figueiredo, sócio em negócios. Cada um tem motivos financeiros e pessoais que podem explicar o crime.

O que a Globo pretende fazer após o final da novela?

Fontes internas sugerem que a emissora avalia um spin‑off focado nos bastidores políticos da família Roitman, além de possíveis licenças internacionais para adaptar a trama em outros mercados.

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Comentários

  • Jeff Thiago
    Jeff Thiago
    6.10.2025

    Ao analisar a reconfiguração de Odete Roitman no Vale Tudo 2025, constata‑se que o desenvolvimento narrativo evidencia uma dicotomia entre a tradição televisiva dos anos 80 e a exigência contemporânea por protagonismo violento. Primeiramente, a escolha de armar a personagem reflete uma tentativa deliberada de subverter o arquétipo da vilã verbal, conferindo-lhe agência física que antes lhe era negada. Em segundo lugar, o ato de assassinar Ana Clara estabelece um ponto de inflexão que intensifica a tensão dramática, justificando, sob a ótica da teoria de narratologia, a transição de um drama familiar para um thriller de investigação. Além disso, a agressividade de Odete pode ser interpretada como uma metáfora da crescente impaciência do público diante de dilemas morais estáticos, preferindo soluções extremas e imediatas. Não obstante, a mídia tem observado um incremento mensurável nas audiências, corroborando a hipótese de que a violência explícita funciona como catalisador de engajamento. Do ponto de vista sociocultural, a decisão de tornar Odete assassinadora opera como um reflexo das transformações nas normas éticas brasileiras, onde a desconfiança institucional gera simpatia por personagens anti‑heroicas. A crítica à nacionalidade, citada por Manuela Dias, sinaliza ainda uma resistência ao nacionalismo revisionista, ao passo que a própria personagem se torna um veículo de contestação ideológica. Técnica‑mente, a direção de arte de Paulo Silvestrini apresenta uma estética sombria que complementa a nova moral da trama, usando paletas de cores desbotadas para simbolizar o declínio da aristocracia tradicional. Outro ponto relevante reside na estrutura de suspense que se desenvolve após a morte de Odete, delineando um clássico whodunit que convida o espectador a participar ativamente da solução. A integração de personagens como Leonardo e Gerson como suspeitos enriquece o tecido narrativo, permitindo múltiplas linhas de investigação. Por outro lado, o risco de alienar o público nostálgico permanece latente, pois a ruptura com a memória coletiva pode gerar resistência cultural. Ainda assim, o avanço tecnológico da produção televisiva habilita recursos de edição que potencializam o impacto visual da violência, tornando‑a mais visceral. Em termos de discurso, a fala de Odete migra de frases cortantes para declarações de ação, marcando uma mudança paradigmática na construção de diálogos. A repercussão nas redes sociais, evidenciada pelos hashtags #OdeteMorte e #OdeteViolenta, demonstra a polarização do público, que tanto celebra quanto censura a ousadia criativa. Finalmente, ao projetar um spin‑off focado nos bastidores políticos, a Globo reconhece o potencial de exploração de temas de poder e corrupção, ampliando o universo ficcional de forma sustentável. Em síntese, a transformação de Odete Roitman em assassina é um fenômeno multifacetado que combina estratégias de rating, reflexões sociopolíticas e inovações narrativas, configurando‑se como um marco na evolução da teledramaturgia brasileira.


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