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Band cancela equipe ao vivo no GP de Singapura por falta de pagamento

Band cancela equipe ao vivo no GP de Singapura por falta de pagamento
Jonatas Santana 6/10/25

Quando Mariana Becker recebeu a confirmação de que a TV Bandeirantes (Band) não enviaria sua equipe ao GP de Singapura, ela já estava a quilômetros de distância do aeroporto, com a mala na mão. A decisão, divulgada pela Formula 1 na quinta‑feira, 30 de setembro, foi motivada por atrasos no pagamento dos custos de produção à empresa terceirizada contratada para cobrir o fim de semana de corrida.

Contexto da transmissão da Fórmula 1 pela Band

Desde o início da temporada 2021, a TV Bandeirantes detém os direitos de transmissão da Fórmula 1 no Brasil. O acordo inclui a produção de conteúdo exclusivo, entrevistas in‑locais e imagens aéreas que dão à emissora um diferencial frente à concorrência. Até agora, a rede vinha enviando equipes fixas para cada GP, garantindo cobertura ao vivo de treinos, qualificações e da corrida.

O GP de Singapura 2025Marina Bay Street Circuit — 18ª etapa da temporada — estava programado para acontecer de 3 a 5 de outubro, no icônico circuito de rua à beira-mar.

Falha no pagamento e a decisão da produtora

De acordo com a coluna da UOL, escrita por Julianne Cerasoli, a produção terceirizada enviou um aviso formal à Band: 30 horas para quitar os custos pendentes. Quando o prazo expirou, a empresa recorreu à interrupção dos serviços, alegando "abandonar a missão por falta de pagamento".

O elenco enviado ao fim de semana incluía o cinegrafista Gianfranco Marchese e o produtor Lucas Brito. Ambos não embarcaram; apenas Becker já estava a caminho, mas recebeu a ordem de voltar antes de pousar.

Fonte do Motorsport.com confirmou que a dívida envolve pagamentos de "custos de produção" — que cobrem equipamentos, equipe de apoio e logística. Até o momento, o salário de Becker parece estar em dia, mas o montante devido à produtora ultrapassa R$ 1,2 milhão, segundo documentos internos que circularam entre funcionários.

Consequências para a cobertura ao vivo

Sem a equipe em solo, a Band ainda transmitirá as sessões de treinos livres, classificação e corrida, mas sem imagens exclusivas, entrevistas com pilotos ou reações instantâneas. O resultado? A grade de programação permanece intacta, porém os telespectadores perderão o "bastidor brasileiro" que costuma enriquecer a narrativa da corrida.

  • Treinos, classificações e corrida serão exibidos a partir do feed oficial da Formula 1.
  • Entrevistas exclusivas com pilotos e equipe no paddock não acontecerão.
  • Imagens de alta definição do circuito, capturadas por drones e câmeras de pista, ficarão indisponíveis para a produção brasileira.
  • O público perderá comentadores presenciais, o que pode reduzir a percepção de relevância da cobertura.

Analistas de mídia esportiva apontam que a situação pode impactar a audiência da Band nos próximos fins de semana, especialmente se a falta de conteúdo exclusivo se prolongar.

Reações de envolvidos e perspectivas futuras

Reações de envolvidos e perspectivas futuras

Em entrevista curta, Becker comentou: "Foi frustrante receber a notícia quando já estava a caminho. Espero que a Band resolva isso logo, porque nossos fãs merecem a cobertura completa que sempre entregamos."

Marchese, que costuma trabalhar nos bastidores dos grandes eventos automobilísticos, disse que "a decisão da produtora foi inevitável diante da inadimplência".

A direção da TV Bandeirantes ainda não se pronunciou oficialmente, apesar de ter sido procurada por repórteres da UOL e da Terra. Fontes internas sugerem que negociações internas ainda estão em curso, mas nenhum prazo foi definido.

Especialistas em direitos esportivos alertam que, se a situação não se normalizar até o próximo GP (Sabadell Grand Prix, 22‑24 de outubro), a Band pode enfrentar sanções contratuais por parte da Formula 1, incluindo multas ou até a revisão dos direitos de transmissão.

Histórico de problemas e o que isso significa para o futuro

Esta não é a primeira vez que a Band enfrenta atrasos nos pagamentos de produção. Em 2022, a emissora sofreu críticas por adiar o repasse de custos a equipes de câmera em Mônaco, mas naquele caso a equipe ainda viajou. Desde então, a relação entre a emissora e os fornecedores tem sido tensa.

O que muda agora é a gravidade da situação: a equipe decidiu não comparecer. Isso pode abrir precedentes para outras produtoras terceirizadas exigirem garantias de pagamento adiantado, alterando a dinâmica de cobertura de esportes globais no Brasil.

Para os fãs, a lição é simples: a qualidade da transmissão que tanto apreciam depende, por trás das câmeras, de acordos financeiros que nem sempre são divulgados. Se a Band conseguir regularizar os pagamentos, talvez tudo volte ao normal; caso contrário, a rede pode perder credibilidade perante um público cada vez mais exigente.

Fatos principais

Fatos principais

  1. Data do GP: 3 a 5 de outubro de 2025.
  2. Local: Marina Bay Street Circuit, Singapura.
  3. Equipe no local: apenas a repórter Mariana Becker foi impedida de chegar.
  4. Dívida estimada à produtora: mais de R$ 1,2 milhão.
  5. Prazo de aviso: 30 horas para pagamento.

Perguntas Frequentes

Por que a Band não enviou sua equipe ao GP de Singapura?

A emissora não conseguiu quitar os custos de produção devidos à empresa terceirizada contratada para cobrir o evento. Após um aviso de 30 horas, a produtora recusou‑se a enviar a equipe, alegando inadimplência.

Quem são os profissionais que estavam programados para cobrir o GP?

A equipe incluía a repórter Mariana Becker, o cinegrafista Gianfranco Marchese e o produtor Lucas Brito. Apenas Becker já estava a caminho quando a decisão foi tomada.

Qual será o impacto na transmissão da corrida no Brasil?

A Band ainda exibirá as sessões de treinos, classificações e a corrida usando o feed oficial da Formula 1. Contudo, não haverá imagens exclusivas, entrevistas no paddock ou cobertura de bastidores, o que pode reduzir o interesse do público e a diferenciação da emissora.

Existe risco de a Band perder os direitos de transmissão da F1?

Se a situação de inadimplência persistir, a Formula 1 pode aplicar multas ou reconsiderar o contrato. Até agora, não há indicações de que o acordo será rescindido, mas o risco aumenta a cada evento não coberto integralmente.

O que a Band pode fazer para evitar que isso se repita?

A emissora precisará melhorar seu fluxo de caixa para honrar os pagamentos de produção em tempo hábil, possivelmente negociando prazos mais curtos ou adiantando parte dos valores. Uma comunicação transparente com as produtoras e um planejamento financeiro robusto são essenciais para garantir a presença de equipes em futuros GPs.

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Comentários

  • Jéssica Soares
    Jéssica Soares
    6.10.2025

    Olha o show da Band, né? Mais um caso de falta de pagameto que deixa a gente de cabelo em pé! A gente vê a TV prometendo cobertura top e... puf, nada. Admito que é drama, mas alguém tem que apontar o erro.


  • Portal WazzStaff
    Portal WazzStaff
    13.10.2025

    Entendo como é frustrante, mas vamos dar um tempo pra eles ajustarem a situação. A Band tem tentado manter a qualidade, e talvez seja só um mal entendido de fluxo de caixa. Vamos ficar na esperança de que resolvam logo, né?


  • Thaissa Ferreira
    Thaissa Ferreira
    20.10.2025

    É intrigante observar como as finanças podem influenciar a entrega de conteúdo jornalístico.


  • Miguel Barreto
    Miguel Barreto
    28.10.2025

    Galera, vamos manter a positividade! Mesmo sem a equipe no local, ainda dá pra curtir a corrida pelo feed oficial. Claro que sentimos falta das entrevistas ao vivo, mas a adrenalina continua. Se a Band corrigir os pagamentos, tudo volta ao normal. Enquanto isso, a comunidade de fãs se une e compartilha os momentos que tem.


  • vania sufi
    vania sufi
    4.11.2025

    Concordo, foi um baque, mas a gente ainda tem F1 pra assistir.
    Vamos seguir apoiando, quem sabe a Band resolve antes do próximo GP.


  • Pedro Washington Almeida Junior
    Pedro Washington Almeida Junior
    11.11.2025

    Não é só atraso, é sinal de que algo maior está acontecendo nos bastidores. Eles podem estar escondendo algo, quem sabe até manipulação de contratos. Fica o alerta pra quem acompanha.


  • Marko Mello
    Marko Mello
    19.11.2025

    É lamentável observar como as decisões corporativas, muitas vezes motivadas por considerações financeiras imediatas, acabam por comprometer a integridade do jornalismo esportivo que tanto prezamos. A falta de pagamento, ao que tudo indica, não se trata de um simples equívoco administrativo, mas de um sintoma de um modelo de negócios que talvez esteja sobrecarregado por despesas operacionais constantes e, possivelmente, ilusões de rentabilidade que têm sido cultivadas ao longo dos últimos anos. Quando uma emissora, como a Band, decide cortar custos ao ponto de inviabilizar a presença física de sua equipe, ela não só diminui a qualidade da transmissão, como também desfaz a conexão essencial entre espectadores e atletas, que se alimenta de entrevistas exclusivas e dos bastidores que só um repórter presente pode capturar.
    Essa situação revela ainda um desrespeito flagrante com profissionais que dedicam suas carreiras à cobertura de eventos tão complexos quanto a Fórmula 1. O cinegrafista, o produtor, a própria repórter – todos foram deixados à mercê de decisões de última hora, o que gera insegurança laboral e gera clima de desconfiança. Além disso, o público brasileiro, que pagou pela expectativa de uma transmissão premium, tem seus direitos de consumidor violados, pois recebe um serviço aquém do contratado.
    Em termos de estratégia corporativa, parece que a Band está tentando equilibrar um orçamento cada vez mais apertado sem considerar o impacto de longo prazo na reputação da marca. No momento em que concorrentes como a Globo Sports ou a ESPN investem pesado em tecnologia e produção, a falta de investimento da Band pode resultar em perda de market share e, eventualmente, na revisão de seu contrato com a FIA. As implicações vão muito além da simples falta de imagens: elas afetam a credibilidade da emissora e podem gerar consequências contratuais severas, incluindo multas ou até a rescisão do acordo de transmissão.
    Portanto, é imprescindível que a Band reconheça a gravidade da situação, regularize imediatamente os débitos e reestabeleça o comprometimento com a excelência jornalística. Só assim poderá recuperar a confiança dos fãs, dos profissionais e dos parceiros comerciais.


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