
Quando Mariana Becker recebeu a confirmação de que a TV Bandeirantes (Band) não enviaria sua equipe ao GP de Singapura, ela já estava a quilômetros de distância do aeroporto, com a mala na mão. A decisão, divulgada pela Formula 1 na quinta‑feira, 30 de setembro, foi motivada por atrasos no pagamento dos custos de produção à empresa terceirizada contratada para cobrir o fim de semana de corrida.
Contexto da transmissão da Fórmula 1 pela Band
Desde o início da temporada 2021, a TV Bandeirantes detém os direitos de transmissão da Fórmula 1 no Brasil. O acordo inclui a produção de conteúdo exclusivo, entrevistas in‑locais e imagens aéreas que dão à emissora um diferencial frente à concorrência. Até agora, a rede vinha enviando equipes fixas para cada GP, garantindo cobertura ao vivo de treinos, qualificações e da corrida.
O GP de Singapura 2025Marina Bay Street Circuit — 18ª etapa da temporada — estava programado para acontecer de 3 a 5 de outubro, no icônico circuito de rua à beira-mar.
Falha no pagamento e a decisão da produtora
De acordo com a coluna da UOL, escrita por Julianne Cerasoli, a produção terceirizada enviou um aviso formal à Band: 30 horas para quitar os custos pendentes. Quando o prazo expirou, a empresa recorreu à interrupção dos serviços, alegando "abandonar a missão por falta de pagamento".
O elenco enviado ao fim de semana incluía o cinegrafista Gianfranco Marchese e o produtor Lucas Brito. Ambos não embarcaram; apenas Becker já estava a caminho, mas recebeu a ordem de voltar antes de pousar.
Fonte do Motorsport.com confirmou que a dívida envolve pagamentos de "custos de produção" — que cobrem equipamentos, equipe de apoio e logística. Até o momento, o salário de Becker parece estar em dia, mas o montante devido à produtora ultrapassa R$ 1,2 milhão, segundo documentos internos que circularam entre funcionários.
Consequências para a cobertura ao vivo
Sem a equipe em solo, a Band ainda transmitirá as sessões de treinos livres, classificação e corrida, mas sem imagens exclusivas, entrevistas com pilotos ou reações instantâneas. O resultado? A grade de programação permanece intacta, porém os telespectadores perderão o "bastidor brasileiro" que costuma enriquecer a narrativa da corrida.
- Treinos, classificações e corrida serão exibidos a partir do feed oficial da Formula 1.
- Entrevistas exclusivas com pilotos e equipe no paddock não acontecerão.
- Imagens de alta definição do circuito, capturadas por drones e câmeras de pista, ficarão indisponíveis para a produção brasileira.
- O público perderá comentadores presenciais, o que pode reduzir a percepção de relevância da cobertura.
Analistas de mídia esportiva apontam que a situação pode impactar a audiência da Band nos próximos fins de semana, especialmente se a falta de conteúdo exclusivo se prolongar.

Reações de envolvidos e perspectivas futuras
Em entrevista curta, Becker comentou: "Foi frustrante receber a notícia quando já estava a caminho. Espero que a Band resolva isso logo, porque nossos fãs merecem a cobertura completa que sempre entregamos."
Marchese, que costuma trabalhar nos bastidores dos grandes eventos automobilísticos, disse que "a decisão da produtora foi inevitável diante da inadimplência".
A direção da TV Bandeirantes ainda não se pronunciou oficialmente, apesar de ter sido procurada por repórteres da UOL e da Terra. Fontes internas sugerem que negociações internas ainda estão em curso, mas nenhum prazo foi definido.
Especialistas em direitos esportivos alertam que, se a situação não se normalizar até o próximo GP (Sabadell Grand Prix, 22‑24 de outubro), a Band pode enfrentar sanções contratuais por parte da Formula 1, incluindo multas ou até a revisão dos direitos de transmissão.
Histórico de problemas e o que isso significa para o futuro
Esta não é a primeira vez que a Band enfrenta atrasos nos pagamentos de produção. Em 2022, a emissora sofreu críticas por adiar o repasse de custos a equipes de câmera em Mônaco, mas naquele caso a equipe ainda viajou. Desde então, a relação entre a emissora e os fornecedores tem sido tensa.
O que muda agora é a gravidade da situação: a equipe decidiu não comparecer. Isso pode abrir precedentes para outras produtoras terceirizadas exigirem garantias de pagamento adiantado, alterando a dinâmica de cobertura de esportes globais no Brasil.
Para os fãs, a lição é simples: a qualidade da transmissão que tanto apreciam depende, por trás das câmeras, de acordos financeiros que nem sempre são divulgados. Se a Band conseguir regularizar os pagamentos, talvez tudo volte ao normal; caso contrário, a rede pode perder credibilidade perante um público cada vez mais exigente.

Fatos principais
- Data do GP: 3 a 5 de outubro de 2025.
- Local: Marina Bay Street Circuit, Singapura.
- Equipe no local: apenas a repórter Mariana Becker foi impedida de chegar.
- Dívida estimada à produtora: mais de R$ 1,2 milhão.
- Prazo de aviso: 30 horas para pagamento.
Perguntas Frequentes
Por que a Band não enviou sua equipe ao GP de Singapura?
A emissora não conseguiu quitar os custos de produção devidos à empresa terceirizada contratada para cobrir o evento. Após um aviso de 30 horas, a produtora recusou‑se a enviar a equipe, alegando inadimplência.
Quem são os profissionais que estavam programados para cobrir o GP?
A equipe incluía a repórter Mariana Becker, o cinegrafista Gianfranco Marchese e o produtor Lucas Brito. Apenas Becker já estava a caminho quando a decisão foi tomada.
Qual será o impacto na transmissão da corrida no Brasil?
A Band ainda exibirá as sessões de treinos, classificações e a corrida usando o feed oficial da Formula 1. Contudo, não haverá imagens exclusivas, entrevistas no paddock ou cobertura de bastidores, o que pode reduzir o interesse do público e a diferenciação da emissora.
Existe risco de a Band perder os direitos de transmissão da F1?
Se a situação de inadimplência persistir, a Formula 1 pode aplicar multas ou reconsiderar o contrato. Até agora, não há indicações de que o acordo será rescindido, mas o risco aumenta a cada evento não coberto integralmente.
O que a Band pode fazer para evitar que isso se repita?
A emissora precisará melhorar seu fluxo de caixa para honrar os pagamentos de produção em tempo hábil, possivelmente negociando prazos mais curtos ou adiantando parte dos valores. Uma comunicação transparente com as produtoras e um planejamento financeiro robusto são essenciais para garantir a presença de equipes em futuros GPs.
Comentários
Olha o show da Band, né? Mais um caso de falta de pagameto que deixa a gente de cabelo em pé! A gente vê a TV prometendo cobertura top e... puf, nada. Admito que é drama, mas alguém tem que apontar o erro.