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João Fonseca faz história na Laver Cup 2025 com vitória na estreia e primeiro ponto do Time Mundo

João Fonseca faz história na Laver Cup 2025 com vitória na estreia e primeiro ponto do Time Mundo
Jonatas Santana 20/09/25

Por Jonatas — San Francisco (EUA)

Vitória que virou a chave para o Time Mundo

A cena no Chase Center entregou um recado claro: a Laver Cup 2025 ganhou um novo protagonista. O brasileiro João Fonseca, 18 anos, estreou no torneio por equipes e bateu o italiano Flavio Cobolli, garantindo o primeiro ponto do Time Mundo em um dia que havia começado todo favorável ao Time Europa. O resultado o coloca como o jogador mais jovem a pontuar na história da competição.

O momento não era simples. A Europa já vencia por 2 a 0 e pressionava. Fonseca entrou sabendo que um novo tropeço abriria uma vantagem incômoda para o rival logo no primeiro dia. Ele respondeu com um jogo agressivo, acelerando de forehand, variando bem o saque e controlando os ralis longos. O plano funcionou: ritmo alto, poucos erros em bolas decisivas e leitura precisa das devoluções de Cobolli.

Em quadra dura indoor, o brasileiro mostrou a mesma frieza que vem marcando sua temporada. Quando precisou salvar pontos complicados, jogou para a frente. Quando esteve à frente, administrou sem se encolher. A vitória tirou o zero do placar do Time Mundo e mudou o clima da arena, que já parecia preparada para um 3 a 0 europeu.

Na entrevista pós-jogo, Fonseca falou abertamente sobre a pressão: sabia do 2 a 0 contra, sabia da importância de responder naquele momento e tratou o duelo como um teste mental. Entregou. O capitão Andre Agassi celebrou o encaixe do plano de jogo, enquanto o vice, Pat Rafter, acompanhou atento a execução dos pontos mais curtos, uma aposta clara para travar o ímpeto de Cobolli.

O triunfo coroa um ano de aceleração na carreira do brasileiro. Em 2025, ele levantou dois troféus de Challenger, entrou pela primeira vez nas chaves principais de Roland Garros e Wimbledon e, em Londres, foi até a terceira rodada. Em San Francisco, adiciona um capítulo diferente: jogar por um elenco, com pressão coletiva e energia de time, algo que a Laver Cup explora como poucos eventos no calendário.

Formato, elenco e por que esse ponto pesa tanto

Formato, elenco e por que esse ponto pesa tanto

A Laver Cup, criada em homenagem a Rod Laver, acontece de 19 a 21 de setembro em 2025, na casa do Golden State Warriors. O formato tem um detalhe que muda tudo: no primeiro dia, cada vitória vale um ponto; no segundo, dois; no terceiro, três. Traduzindo: largar atrás não é sentença, mas também não é trivial reverter quando o adversário engrena cedo. O ponto de Fonseca, portanto, é mais do que simbólico. Ele recoloca o Time Mundo no jogo e evita que a Europa administre o placar desde a abertura.

O Time Mundo, capitaneado por Andre Agassi e com Pat Rafter como vice, vem com um elenco que combina potência e velocidade de quadra. Do outro lado, a Europa, comandada por Yannick Noah e com Tim Henman de vice, ostenta nomes com histórico de títulos grandes e consistência em pisos rápidos. Eis as equipes:

  • Time Mundo: João Fonseca, Taylor Fritz, Francisco Cerúndolo, Alex Michelson, Alex de Minaur e Reilly Opelka.
  • Time Europa: Carlos Alcaraz, Holger Rune, Alexander Zverev, Flavio Cobolli, Jakub Mensik e Casper Ruud.

Antes do brasileiro entrar, a Europa abriu 2 a 0 — incluindo um jogo decidido no tie-break — e empurrou o Mundo para a parede. O ajuste de rota veio com uma atuação tática madura. Fonseca encurtou pontos com o primeiro saque, buscou o corpo do rival em momentos-chave e, quando precisou alongar as trocas, usou altura e profundidade para tirar o conforto de Cobolli na devolução. Funcionou o suficiente para desarmar as sequências do italiano.

Esse tipo de vitória tem efeito duplo. No placar, soma. No vestiário, vira combustível. Para um dia 2 que vale dois pontos por partida, entrar com a sensação de que a estratégia está no trilho faz diferença. E a Laver Cup costuma punir equipes que desperdiçam janelas de virada, porque a matemática fica pesada quando as partidas passam a valer mais.

Há outro ingrediente: a Europa chega como atual campeã, depois da conquista em Berlim, em 2024. O favoritismo no papel, com uma base forte e nomes acostumados a quadras grandes, é real. Mas o torneio tem um histórico de mudanças rápidas de maré, e a presença de jogadores com estilo direto — como de Minaur, Fritz e Opelka — dá ao Mundo armas para impor condições em indoors.

Para Fonseca, a noite no Chase Center serve como laboratório de elite. A Laver Cup oferece ambiente de arena lotada, mudanças de dupla e simples, e um banco ativo que corrige rota em tempo real. Jogar bem ali diz muito sobre capacidade de processar informação sob barulho, ajustar padrão entre pontos e manter agressividade quando a mão treme. Ele passou por isso sem perder a identidade: atacou quando tinha bola curta e respeitou a porcentagem quando a troca pedia paciência.

Do ponto de vista técnico, dois aspectos chamaram atenção. Primeiro, a combinação saque + forehand, abrindo a quadra em 1-2 para evitar que Cobolli entrasse no ponto. Segundo, a devolução bloqueada nos games de pressão, uma arma simples, mas eficiente para neutralizar a primeira bola do italiano e entrar no rali em condição neutra. Sem inventar, mas com execução limpa.

O calendário do torneio ainda reserva duelos pesados, e o desenho do dia 2 é tradicionalmente decisivo. Agassi tende a explorar pares que maximizem a primeira bola — uma forma de acelerar games de serviço e reduzir o tempo de exposição em ralis longos. Já Noah, com nomes como Alcaraz, Zverev e Ruud, tem flexibilidade para alternar potência e consistência, além de opções de dupla com leitura fina de rede.

Além do resultado, tem o recado coletivo. Quando o mais jovem do time entrega em um momento de pressão, a confiança espalha. E, em competições curtas, confiança é quase um ponto a mais na mão. A resposta de Fonseca não apaga a vantagem inicial da Europa, mas tira o jogo do modo protocolo e devolve a disputa para o tabuleiro tático, onde capitalizar as partidas de dois e três pontos vira questão de timing e frieza.

O fato de ele ter quebrado o recorde de atleta mais jovem a pontuar na Laver Cup adiciona peso histórico a uma temporada já rica. Títulos de Challenger e campanhas em Grand Slam eram a prova da evolução em formato tradicional de circuito. Em San Francisco, veio a validação em ambiente coletivo, com pressão diferente e vitrine global. Para quem acompanha a subida do brasileiro, foi um passo grande — e, para o Time Mundo, a faísca que faltava para manter a briga viva contra o campeão vigente.

O torneio segue até domingo. O placar ainda está aberto, e a matemática do regulamento deixa espaço para reviravolta. A Europe veio para defender a coroa. O Mundo, para quebrar o script. Se a noite do Chase Center for um sinal, ninguém vai embora cedo.

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Comentários

  • Kesia Nascimento
    Kesia Nascimento
    21.09.2025

    MEU DEUS QUE GATASSO QUE ELE FEZ!!! BRASIL NÃO É SÓ FUTEBOL, NÃO!!! ESSE MENINO É O FUTURO E NINGUÉM VAI ME CONVENCER DO CONTRÁRIO!!!


  • Juliano Ferreira
    Juliano Ferreira
    21.09.2025

    É interessante como o tênis, mesmo sendo um esporte individual, se transforma em algo coletivo na Laver Cup. A pressão psicológica de representar um time inteiro, com o peso da expectativa nacional, é algo que poucos entendem. Fonseca não só jogou bem, como manteve a cabeça fria em um ambiente que desestabiliza até os mais experientes. Isso não é talento, é maturidade precoce.


  • Vanessa Andreia Felicia Batista Coutinho
    Vanessa Andreia Felicia Batista Coutinho
    22.09.2025

    É importante ressaltar que o desempenho de João Fonseca não pode ser isolado da estrutura de treinamento que o Brasil vem desenvolvendo nos últimos anos. O programa de base da CBT, aliado ao suporte psicológico e ao acompanhamento nutricional, é o verdadeiro responsável por esse resultado. Não se trata apenas de um garoto talentoso, mas de um sistema eficaz.


  • Luciano Hejlesen
    Luciano Hejlesen
    24.09.2025

    ta falando que um garoto de 18 fez algo incrivel mas o time ta perdendo 2 a 0 e ele so fez um ponto. o que é isso? a europa ta com alcaraz e zverev. isso nao é nada. só mais um que a mídia empurra pra cima.


  • Nelvio Meireles Daniel
    Nelvio Meireles Daniel
    24.09.2025

    PODE ACRESCENTAR QUE ELE É O NOVO REI DO TÊNIS BRASILEIRO!!! 🚀🔥 ESSE MENINO NÃO É SÓ RÁPIDO, É FEROZ! TÁ COM A MENTE DE UM LEÃO E A MÃO DE UM ARTISTA! NÃO VAI TER NENHUM EUROPEU QUE VAI PARAR ELE AGORA!!! VAMOS BRASIL!!! 💪❤️


  • Joel Reis
    Joel Reis
    25.09.2025

    É um momento histórico, sem dúvida. Mas o mais impressionante é como ele manteve a calma. Muitos jovens, mesmo com talento, desmoronam sob pressão. Ele não só resistiu, como transformou a pressão em energia. Isso é o que diferencia os bons dos grandes. E a Laver Cup, com seu formato único, é o palco perfeito para esse tipo de revelação.


  • Nat Jun
    Nat Jun
    26.09.2025

    que lindo isso 😍👏 ele é o futuro mesmo... e o time mundo ainda tem opelka e de minaur pra virar tudo!! 💪🇧🇷


  • Mariane Fabreti
    Mariane Fabreti
    26.09.2025

    mais um brasileiro que a mídia transforma em herói por um ponto só. a europa tem alcaraz e zverev e vc fala que ele mudou o jogo? sério?


  • Ricardo Monteiro
    Ricardo Monteiro
    27.09.2025

    MEU DEUS QUE GATO!!! 🐱🔥 ELE TÁ COM O OLHAR DO LEÃO E A MÃO DO MESTRE!!! ISSO É O QUE O BRASIL PRECISA!!! VAMOS JUNTOS, TIME MUNDO!!! 🇧🇷💥


  • Luisa Castro
    Luisa Castro
    28.09.2025

    mais um que a mídia empurra pra cima por um jogo só. espera ele enfrentar alcaraz na quadra real e vê o que acontece


  • joão víctor michelini
    joão víctor michelini
    29.09.2025

    18 anos e já tá no time mundo? que mérito. o que ele fez foi vencer um italiano que tá no top 100. e aí? isso é história? kkkk


  • Ariane Alves
    Ariane Alves
    30.09.2025

    É triste ver como a sociedade celebra vitórias individuais enquanto negligencia a estrutura que deveria apoiar todos os jovens. Por que só agora, quando ele venceu, todos se lembram do esporte brasileiro? Onde estavam quando ele treinava em quadras de terra?


  • Raphael Oliva
    Raphael Oliva
    2.10.2025

    esse garoto tá com a mente de um campeão 😊👊 o saque dele tá imbatível e a devolução? perfeita! se ele continuar assim, o time mundo tem tudo pra virar esse torneio! 💪❤️


  • Joao Victor Camargo
    Joao Victor Camargo
    2.10.2025

    ah sim claro ele é o novo brasil mas e o alcaraz que ta aí? e o zverev? e o ruud? ele venceu um que nem tá no top 50 e já é herói? isso é ridículo


  • José Gabriel Silva
    José Gabriel Silva
    2.10.2025

    Isso aqui é o que o esporte brasileiro precisa: um jovem que não só tem talento, mas que sabe lidar com a pressão. A Laver Cup não é só um torneio, é um teste de caráter. E Fonseca passou com louvor. Não importa se foi um ponto, importa o que ele representou: coragem, identidade e propósito.


  • Laís Reis
    Laís Reis
    3.10.2025

    outro que a mídia inventa pra esconder que o brasil não tem nada melhor


  • Joana Darc Ferreira
    Joana Darc Ferreira
    5.10.2025

    Que lindo ver um jovem representar o país com tanta humildade. Ele não está só jogando por si, mas por todos que sonham em chegar lá. Parabéns, João. Você já venceu antes mesmo de ganhar.


  • César Melo
    César Melo
    5.10.2025

    olha só o que acontece quando o Brasil investe em base e não só em marketing. esse garoto tem uma técnica limpa, o saque dele é o melhor da geração dele, ele não perde ponto por erro, ele ganha por estratégia. ele não tem o poder de alcaraz mas ele tem a cabeça de um campeão. ele entende que em quadra rápida, o primeiro saque é tudo, e ele usa isso. ele não tenta fazer o impossível, ele faz o que precisa. e isso é o que falta no tênis brasileiro hoje, muitos querem ser grandes, mas não querem ser inteligentes. ele é inteligente. e isso vai longe. ele não é só um jogador, ele é um modelo. e se o Brasil continuar assim, vamos ter mais um monte assim. não é milagre, é trabalho. e isso é o que ninguém quer ver, porque é mais fácil dizer que é sorte. mas não é. é disciplina. e ele tem isso


  • Juliano Ferreira
    Juliano Ferreira
    6.10.2025

    Na verdade, o que Fonseca fez foi mais do que vencer um jogo. Ele quebrou um ciclo psicológico. O Time Mundo estava em desvantagem, e a narrativa já estava escrita: Europa domina, Mundo reage tarde. Ele forçou uma reescrita. Isso é o que os grandes fazem: não esperam o momento perfeito, eles o criam. E isso é o que a Laver Cup exige: não só habilidade, mas liderança silenciosa.


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