Por Jonatas — San Francisco (EUA)
Vitória que virou a chave para o Time Mundo
A cena no Chase Center entregou um recado claro: a Laver Cup 2025 ganhou um novo protagonista. O brasileiro João Fonseca, 18 anos, estreou no torneio por equipes e bateu o italiano Flavio Cobolli, garantindo o primeiro ponto do Time Mundo em um dia que havia começado todo favorável ao Time Europa. O resultado o coloca como o jogador mais jovem a pontuar na história da competição.
O momento não era simples. A Europa já vencia por 2 a 0 e pressionava. Fonseca entrou sabendo que um novo tropeço abriria uma vantagem incômoda para o rival logo no primeiro dia. Ele respondeu com um jogo agressivo, acelerando de forehand, variando bem o saque e controlando os ralis longos. O plano funcionou: ritmo alto, poucos erros em bolas decisivas e leitura precisa das devoluções de Cobolli.
Em quadra dura indoor, o brasileiro mostrou a mesma frieza que vem marcando sua temporada. Quando precisou salvar pontos complicados, jogou para a frente. Quando esteve à frente, administrou sem se encolher. A vitória tirou o zero do placar do Time Mundo e mudou o clima da arena, que já parecia preparada para um 3 a 0 europeu.
Na entrevista pós-jogo, Fonseca falou abertamente sobre a pressão: sabia do 2 a 0 contra, sabia da importância de responder naquele momento e tratou o duelo como um teste mental. Entregou. O capitão Andre Agassi celebrou o encaixe do plano de jogo, enquanto o vice, Pat Rafter, acompanhou atento a execução dos pontos mais curtos, uma aposta clara para travar o ímpeto de Cobolli.
O triunfo coroa um ano de aceleração na carreira do brasileiro. Em 2025, ele levantou dois troféus de Challenger, entrou pela primeira vez nas chaves principais de Roland Garros e Wimbledon e, em Londres, foi até a terceira rodada. Em San Francisco, adiciona um capítulo diferente: jogar por um elenco, com pressão coletiva e energia de time, algo que a Laver Cup explora como poucos eventos no calendário.
Formato, elenco e por que esse ponto pesa tanto
A Laver Cup, criada em homenagem a Rod Laver, acontece de 19 a 21 de setembro em 2025, na casa do Golden State Warriors. O formato tem um detalhe que muda tudo: no primeiro dia, cada vitória vale um ponto; no segundo, dois; no terceiro, três. Traduzindo: largar atrás não é sentença, mas também não é trivial reverter quando o adversário engrena cedo. O ponto de Fonseca, portanto, é mais do que simbólico. Ele recoloca o Time Mundo no jogo e evita que a Europa administre o placar desde a abertura.
O Time Mundo, capitaneado por Andre Agassi e com Pat Rafter como vice, vem com um elenco que combina potência e velocidade de quadra. Do outro lado, a Europa, comandada por Yannick Noah e com Tim Henman de vice, ostenta nomes com histórico de títulos grandes e consistência em pisos rápidos. Eis as equipes:
- Time Mundo: João Fonseca, Taylor Fritz, Francisco Cerúndolo, Alex Michelson, Alex de Minaur e Reilly Opelka.
- Time Europa: Carlos Alcaraz, Holger Rune, Alexander Zverev, Flavio Cobolli, Jakub Mensik e Casper Ruud.
Antes do brasileiro entrar, a Europa abriu 2 a 0 — incluindo um jogo decidido no tie-break — e empurrou o Mundo para a parede. O ajuste de rota veio com uma atuação tática madura. Fonseca encurtou pontos com o primeiro saque, buscou o corpo do rival em momentos-chave e, quando precisou alongar as trocas, usou altura e profundidade para tirar o conforto de Cobolli na devolução. Funcionou o suficiente para desarmar as sequências do italiano.
Esse tipo de vitória tem efeito duplo. No placar, soma. No vestiário, vira combustível. Para um dia 2 que vale dois pontos por partida, entrar com a sensação de que a estratégia está no trilho faz diferença. E a Laver Cup costuma punir equipes que desperdiçam janelas de virada, porque a matemática fica pesada quando as partidas passam a valer mais.
Há outro ingrediente: a Europa chega como atual campeã, depois da conquista em Berlim, em 2024. O favoritismo no papel, com uma base forte e nomes acostumados a quadras grandes, é real. Mas o torneio tem um histórico de mudanças rápidas de maré, e a presença de jogadores com estilo direto — como de Minaur, Fritz e Opelka — dá ao Mundo armas para impor condições em indoors.
Para Fonseca, a noite no Chase Center serve como laboratório de elite. A Laver Cup oferece ambiente de arena lotada, mudanças de dupla e simples, e um banco ativo que corrige rota em tempo real. Jogar bem ali diz muito sobre capacidade de processar informação sob barulho, ajustar padrão entre pontos e manter agressividade quando a mão treme. Ele passou por isso sem perder a identidade: atacou quando tinha bola curta e respeitou a porcentagem quando a troca pedia paciência.
Do ponto de vista técnico, dois aspectos chamaram atenção. Primeiro, a combinação saque + forehand, abrindo a quadra em 1-2 para evitar que Cobolli entrasse no ponto. Segundo, a devolução bloqueada nos games de pressão, uma arma simples, mas eficiente para neutralizar a primeira bola do italiano e entrar no rali em condição neutra. Sem inventar, mas com execução limpa.
O calendário do torneio ainda reserva duelos pesados, e o desenho do dia 2 é tradicionalmente decisivo. Agassi tende a explorar pares que maximizem a primeira bola — uma forma de acelerar games de serviço e reduzir o tempo de exposição em ralis longos. Já Noah, com nomes como Alcaraz, Zverev e Ruud, tem flexibilidade para alternar potência e consistência, além de opções de dupla com leitura fina de rede.
Além do resultado, tem o recado coletivo. Quando o mais jovem do time entrega em um momento de pressão, a confiança espalha. E, em competições curtas, confiança é quase um ponto a mais na mão. A resposta de Fonseca não apaga a vantagem inicial da Europa, mas tira o jogo do modo protocolo e devolve a disputa para o tabuleiro tático, onde capitalizar as partidas de dois e três pontos vira questão de timing e frieza.
O fato de ele ter quebrado o recorde de atleta mais jovem a pontuar na Laver Cup adiciona peso histórico a uma temporada já rica. Títulos de Challenger e campanhas em Grand Slam eram a prova da evolução em formato tradicional de circuito. Em San Francisco, veio a validação em ambiente coletivo, com pressão diferente e vitrine global. Para quem acompanha a subida do brasileiro, foi um passo grande — e, para o Time Mundo, a faísca que faltava para manter a briga viva contra o campeão vigente.
O torneio segue até domingo. O placar ainda está aberto, e a matemática do regulamento deixa espaço para reviravolta. A Europe veio para defender a coroa. O Mundo, para quebrar o script. Se a noite do Chase Center for um sinal, ninguém vai embora cedo.
Comentários
MEU DEUS QUE GATASSO QUE ELE FEZ!!! BRASIL NÃO É SÓ FUTEBOL, NÃO!!! ESSE MENINO É O FUTURO E NINGUÉM VAI ME CONVENCER DO CONTRÁRIO!!!
É interessante como o tênis, mesmo sendo um esporte individual, se transforma em algo coletivo na Laver Cup. A pressão psicológica de representar um time inteiro, com o peso da expectativa nacional, é algo que poucos entendem. Fonseca não só jogou bem, como manteve a cabeça fria em um ambiente que desestabiliza até os mais experientes. Isso não é talento, é maturidade precoce.
É importante ressaltar que o desempenho de João Fonseca não pode ser isolado da estrutura de treinamento que o Brasil vem desenvolvendo nos últimos anos. O programa de base da CBT, aliado ao suporte psicológico e ao acompanhamento nutricional, é o verdadeiro responsável por esse resultado. Não se trata apenas de um garoto talentoso, mas de um sistema eficaz.
ta falando que um garoto de 18 fez algo incrivel mas o time ta perdendo 2 a 0 e ele so fez um ponto. o que é isso? a europa ta com alcaraz e zverev. isso nao é nada. só mais um que a mídia empurra pra cima.
PODE ACRESCENTAR QUE ELE É O NOVO REI DO TÊNIS BRASILEIRO!!! 🚀🔥 ESSE MENINO NÃO É SÓ RÁPIDO, É FEROZ! TÁ COM A MENTE DE UM LEÃO E A MÃO DE UM ARTISTA! NÃO VAI TER NENHUM EUROPEU QUE VAI PARAR ELE AGORA!!! VAMOS BRASIL!!! 💪❤️
É um momento histórico, sem dúvida. Mas o mais impressionante é como ele manteve a calma. Muitos jovens, mesmo com talento, desmoronam sob pressão. Ele não só resistiu, como transformou a pressão em energia. Isso é o que diferencia os bons dos grandes. E a Laver Cup, com seu formato único, é o palco perfeito para esse tipo de revelação.
que lindo isso 😍👏 ele é o futuro mesmo... e o time mundo ainda tem opelka e de minaur pra virar tudo!! 💪🇧🇷
mais um brasileiro que a mídia transforma em herói por um ponto só. a europa tem alcaraz e zverev e vc fala que ele mudou o jogo? sério?
MEU DEUS QUE GATO!!! 🐱🔥 ELE TÁ COM O OLHAR DO LEÃO E A MÃO DO MESTRE!!! ISSO É O QUE O BRASIL PRECISA!!! VAMOS JUNTOS, TIME MUNDO!!! 🇧🇷💥
mais um que a mídia empurra pra cima por um jogo só. espera ele enfrentar alcaraz na quadra real e vê o que acontece
18 anos e já tá no time mundo? que mérito. o que ele fez foi vencer um italiano que tá no top 100. e aí? isso é história? kkkk
É triste ver como a sociedade celebra vitórias individuais enquanto negligencia a estrutura que deveria apoiar todos os jovens. Por que só agora, quando ele venceu, todos se lembram do esporte brasileiro? Onde estavam quando ele treinava em quadras de terra?
esse garoto tá com a mente de um campeão 😊👊 o saque dele tá imbatível e a devolução? perfeita! se ele continuar assim, o time mundo tem tudo pra virar esse torneio! 💪❤️
ah sim claro ele é o novo brasil mas e o alcaraz que ta aí? e o zverev? e o ruud? ele venceu um que nem tá no top 50 e já é herói? isso é ridículo
Isso aqui é o que o esporte brasileiro precisa: um jovem que não só tem talento, mas que sabe lidar com a pressão. A Laver Cup não é só um torneio, é um teste de caráter. E Fonseca passou com louvor. Não importa se foi um ponto, importa o que ele representou: coragem, identidade e propósito.
outro que a mídia inventa pra esconder que o brasil não tem nada melhor
Que lindo ver um jovem representar o país com tanta humildade. Ele não está só jogando por si, mas por todos que sonham em chegar lá. Parabéns, João. Você já venceu antes mesmo de ganhar.
olha só o que acontece quando o Brasil investe em base e não só em marketing. esse garoto tem uma técnica limpa, o saque dele é o melhor da geração dele, ele não perde ponto por erro, ele ganha por estratégia. ele não tem o poder de alcaraz mas ele tem a cabeça de um campeão. ele entende que em quadra rápida, o primeiro saque é tudo, e ele usa isso. ele não tenta fazer o impossível, ele faz o que precisa. e isso é o que falta no tênis brasileiro hoje, muitos querem ser grandes, mas não querem ser inteligentes. ele é inteligente. e isso vai longe. ele não é só um jogador, ele é um modelo. e se o Brasil continuar assim, vamos ter mais um monte assim. não é milagre, é trabalho. e isso é o que ninguém quer ver, porque é mais fácil dizer que é sorte. mas não é. é disciplina. e ele tem isso
Na verdade, o que Fonseca fez foi mais do que vencer um jogo. Ele quebrou um ciclo psicológico. O Time Mundo estava em desvantagem, e a narrativa já estava escrita: Europa domina, Mundo reage tarde. Ele forçou uma reescrita. Isso é o que os grandes fazem: não esperam o momento perfeito, eles o criam. E isso é o que a Laver Cup exige: não só habilidade, mas liderança silenciosa.