Na noite de sábado, 15 de novembro de 2025, a Vila Belmiro respirou alívio. Com um gol nos acréscimos, o Santos derrotou o Palmeiras por 1 a 0, em um dos jogos mais dramáticos da temporada do Campeonato Brasileiro Série AEstádio Urbano Caldeira. O autor do gol? Benjamín Rollheiser, que, aos 90'+1', enfiou a bola no canto direito do goleiro Carlos Miguel — e, com isso, tirou o Peixe da zona de rebaixamento. Era a primeira vitória do Santos sobre o Palmeiras na Vila em cinco anos. E era, também, o primeiro triunfo em cinco jogos contra os alviverdes. O que estava em jogo? A sobrevivência.
Um milagre chamado Santos
Antes da bola rolar, o cenário era desesperador. O Santos entrava em campo com 36 pontos, na 18ª posição, amargando o Z4. Cinco jogos sem vencer contra o Palmeiras na Vila. Um elenco desgastado, torcida em pranto e um técnico sob pressão. Enquanto isso, o Palmeiras, líder com 68 pontos, vinha de uma vitória de 2 a 0 sobre o Peixe na Allianz Parque, só uma semana antes. A diferença era gritante: 32 pontos. Mas no futebol, às vezes, a lógica não vale nada. O que importa é o coração. E o Santos tinha mais do que isso: a necessidade.A atuação de gala de Carlos Miguel — e o gol que o derrubou
O goleiro Carlos Miguel foi o herói da primeira metade. Salvou bolas de fora da área, desviou chutes de Neymar, e ainda impediu um pênalti discutido por minutos no VAR. O camisa 1 do Palmeiras fez, literalmente, tudo. Mas o futebol tem uma ironia cruel: o melhor goleiro do jogo não pode salvar o time se o ataque não marca. E foi exatamente isso que aconteceu. Aos 90'+1', após um cruzamento mal desviado pela zaga alviverde, Rollheiser apareceu sozinho na área, com o tempo quase esgotado. Não pensou. Chutou. E o gol foi. A Vila Belmiro entrou em êxtase. Os jogadores se abraçaram como se tivessem vencido a Libertadores. Já o Palmeiras, que precisava da vitória para manter a vantagem sobre o Flamengo, ficou em silêncio. Aquele gol não era só um ponto. Era um soco no estômago de quem acreditava que o título era inevitável.Neymar e a esperança que não morreu
O retorno de Neymar à Vila Belmiro foi mais do que um retorno físico. Foi um símbolo. O craque, que jogou por 13 anos no Santos antes de partir para o Barcelona, voltou com a camisa 10 e a missão de salvar o clube que o formou. Ele não marcou. Mas foi a principal ameaça. Aos 90'+5', com o jogo já decidido, Neymar arriscou de fora da área — um chute de direita, forte e preciso. Carlos Miguel, com uma reação quase sobrenatural, espalmou. O público gritou. O técnico do Palmeiras caiu de joelhos. E o Santos? Sorriu. Porque, mesmo sem vencer o jogo com o gol de Neymar, o fato de ele estar lá, tentando, lutando, foi o que moveu a torcida. Aquele lance foi o fim da partida. Mas também o começo de algo maior: a crença de que o Santos ainda pode se salvar.
As consequências: o Z4, o Flamengo e o que vem por aí
Com a vitória, o Santos saltou para a 16ª posição, com 39 pontos, e deixou o Z4 pela primeira vez desde setembro. O Vitória, que estava um ponto à frente, caiu para a 17ª. Já o Palmeiras permaneceu em segundo, com 68 pontos, mas agora está apenas um ponto à frente do Flamengo, que venceu seu jogo e tem 71. A diferença entre os dois líderes? Três pontos. E com apenas cinco rodadas restantes, o campeonato virou um jogo de xadrez. Quem errou, perdeu. E o Palmeiras errou — não no placar, mas na pressão. Porque vencer o Santos não era só uma obrigação. Era uma necessidade. E falhou.O passado pesa — e o futuro aperta
Historicamente, o confronto entre Santos e Palmeiras é um dos mais intensos do Brasil. São 354 jogos desde 1917, com 154 vitórias dos alviverdes. Mas nos últimos cinco anos, na Vila, o Santos só havia vencido uma vez — em 2024. Agora, venceu de novo. E isso muda tudo. A autoestima do elenco, que estava no chão, voltou. O técnico, que quase foi demitido, respirou. E os jogadores, que pensavam em Série B, agora olham para Mirassol, Juventude e Internacional com olhos diferentes. São cinco jogos ainda. E todos difíceis. Mas, pelo menos, agora, eles sabem: podem vencer. E isso, no futebol, é tudo.
Quem foi o verdadeiro herói?
Não foi só Rollheiser. Nem Neymar. Nem o goleiro do Santos, que fez três defesas cruciais. Foi a torcida. A que cantou até o último minuto. A que não desistiu. A que, mesmo quando o time estava em 18º, ainda acreditava. Porque no futebol, às vezes, o que importa não é o que está no placar. É o que está na alma.Frequently Asked Questions
Como o gol de Rollheiser mudou a situação do Santos na tabela?
Antes do gol, o Santos tinha 36 pontos e estava em 18º lugar, no Z4. Com a vitória por 1 a 0, subiu para 39 pontos e saltou para a 16ª posição, deixando o rebaixamento pela primeira vez em três meses. O Vitória, que estava na 17ª, caiu para 18º após perder seu jogo, e o Peixe agora tem uma vantagem de três pontos sobre a zona de rebaixamento — um fôlego essencial nas cinco rodadas finais.
Por que o Palmeiras não pode perder contra o Santos, mesmo sendo líder?
Mesmo liderando, o Palmeiras precisava vencer para manter a pressão sobre o Flamengo, que tinha 71 pontos e estava apenas três pontos à frente. Uma derrota para o Santos — um time em crise — significaria perder pontos cruciais em uma disputa onde cada ponto vale ouro. Além disso, a derrota abriu espaço para o Flamengo ampliar a vantagem e deixou o Palmeiras vulnerável na reta final, onde o equilíbrio entre os líderes é essencial.
Qual é o histórico recente entre Santos e Palmeiras na Vila Belmiro?
Antes desta vitória, o Santos só havia vencido o Palmeiras na Vila Belmiro uma vez nos últimos cinco anos — em 2024, por 1 a 0. Nas últimas cinco partidas no estádio, o Peixe tinha quatro empates e uma derrota. A última vitória antes disso havia sido em 2019. Por isso, o gol de Rollheiser não só quebrou uma sequência negativa, mas também quebrou um padrão psicológico que pesava sobre o elenco e a torcida.
O que Neymar fez neste jogo e por que ele é importante para o Santos?
Neymar jogou 82 minutos, criou duas chances claras e fez um chute de fora da área aos 90'+5', que foi salvo por Carlos Miguel. Embora não tenha marcado, sua presença elevou o nível do time, trouxe atenção da mídia e inspirou a torcida. Para o Santos, ele é mais que um jogador: é um símbolo de esperança. Sua volta, mesmo que temporária, deu um impulso emocional que nenhum técnico poderia comprar.
Quais são os próximos desafios do Santos para evitar o rebaixamento?
O Santos ainda tem cinco jogos pela frente: contra Mirassol (fora), Juventude (casa), Internacional (fora), Esporte (casa) e Athletico-PR (fora). Todos são adversários diretos na luta contra o rebaixamento, e três deles estão acima do Peixe na tabela. A equipe precisa de pelo menos sete pontos desses cinco jogos para garantir a permanência — e, com a vitória sobre o Palmeiras, ganhou confiança para encarar esse desafio.
O que essa vitória significa para o técnico do Santos?
O treinador estava sob forte pressão, com especulações sobre sua demissão desde outubro. A vitória sobre o Palmeiras, um dos maiores rivais, com um gol nos acréscimos, foi um alívio imediato. Ele ganhou tempo, apoio da diretoria e, mais importante, a confiança dos jogadores. Agora, ele tem a chance de montar um plano de recuperação realista — e não mais de sobrevivência.