O Legado Inesquecível de Quincy Jones
A música perdeu um de seus gigantes com a morte de Quincy Jones, aos 91 anos. Conhecido por sua capacidade de transcender gêneros, Jones se destacou como produtor musical, trompetista e amigo de diversas lendas da música. Nascido em 14 de março de 1933, em Chicago, Quincy Delight Jones Jr. viveu uma infância marcada por batalhas familiares. A doença mental da mãe, que sofria de esquizofrenia, forçou-o a mudar-se para Louisville, onde foi criado por sua avó junto com seu irmão Lloyd, antes de retornar a Chicago para viver com o pai, um carpinteiro que também trabalhava para a máfia.
As adversidades da infância o moldaram, gerando em si a ambição de primeiro se juntar à máfia. Tudo mudou quando ele descobriu a música, atraído pelo som e energia das big bands de jazz que ouviu em sua juventude. Foi nesse ambiente que ele desenvolveu uma amizade duradoura com Ray Charles e encontrou sua verdadeira vocação. A partir desse momento, não haveria mais como olhar para trás. A música se tornaria não só sua carreira, mas sua paixão e legado eternos.
Uma Carreira Dedicada à Excelência
A vida de Quincy Jones foi um desfile de realizações musicais. Desde novo, ele trabalhou como diretor musical de artistas como Dizzy Gillespie e contribuiu como arranjador para grandes nomes como Ella Fitzgerald. No entanto, foi sua colaboração com Miles Davis que consolidou sua respeitabilidade como um dos mais versáteis e inventivos arranjadores do jazz. A apresentação "Miles & Quincy: Live at Montreux" continua sendo um dos marcos indiscutíveis em sua carreira.
Mas foi na produção que Quincy Jones verdadeiramente deixou sua marca. Ele foi o responsável por moldar os sons de uma gama impressionante de artistas, variando de Aretha Franklin a Celine Dion. Sem sombra de dúvida, seu maior feito na música pop foi o lançamento da carreira solo de Michael Jackson com álbuns como "Off the Wall" e o estupendo sucesso "Thriller". Este último se tornou o álbum mais vendido de todos os tempos, mudando para sempre o panorama musical mundial. A genialidade sonora de Jones e sua habilidade de compreender e integrar influências musicais diversas criaram novas possibilidades para a música pop e influenciaram gerações de produtores e artistas.
Rompendo Barreiras Raciais na Indústria
Além de seu talento e sucesso musical, Quincy Jones desempenhou um papel crucial na quebra de barreiras raciais dentro da indústria musical norte-americana. Em uma época de restrições e preconceito racial, Jones abriu caminho para muitos artistas e executivos negros. A sua própria ascensão na Mercury Records, onde se tornou vice-presidente, foi histórica. Em uma indústria controlada majoritariamente por brancos, ele não só provou seu valor, mas também pavimentou o caminho para muitos que vieram após ele.
Como Herbie Hancock destacou em uma entrevista de 2001 para a PBS, "Quincy fez de tudo. Ele era capaz de mostrar sua genialidade em qualquer tipo de som." Estas palavras sublinham a grandiosidade de sua contribuição ao mundo da música. Jones foi ao mesmo tempo inovador e mentor, garantindo que a inclusão e a diversidade se tornassem palavras de ordem na indústria musical.
Impacto em Hollywood e Outras Conquistas
Além de sua carreira excepcional na música, Quincy Jones também deixou sua marca em Hollywood. Ele trabalhou em várias trilhas sonoras de filmes e programas de televisão, além de compor alguns de seus próprios sucessos, como o cativante "Soul Bossa Nova". Suas contribuições para o mundo do entretenimento são amplamente reconhecidas, desde a composição e arranjo até o desenvolvimento de novos talentos.
Embora a família de Quincy tenha expressado a imensa tristeza com sua perda, ela também celebrou sua extraordinária vida e legado. "Embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele", declarou a família em um comunicado.
Quincy Jones não foi apenas um inovador musical; ele foi um incentivador de personalidades, foi um elemento unificante de diferentes vozes e ritmos, foi um verdadeiro gigante da indústria musical. Seu trabalho continuará a inspirar futuras gerações, seu som ressoará em todas as melodias inscritas de seu selo inimitável, e seu legado sobreviverá como um dos mais ricos na história da música.
Comentários
Quincy era brabo demais, ponto final.
Se ele tivesse nascido no Brasil, nunca teria chegado a nada. A indústria americana só valoriza quem eles querem, e ele foi um fantoche. Tudo isso de "quebra de barreiras" é propaganda. A máfia que o sustentou na infância é a mesma que controla a música hoje.
A vida dele me lembra que a dor pode virar arte. Ele não teve lar, mas criou universos sonoros. Isso não é talento, é sobrevivência transformada em milagre.
A produtividade de Quincy Jones opera em níveis transcendentais de interdisciplinaridade: ele sintetizou jazz, pop, R&B e cinema sob uma epistemologia sonora que desestabilizou os paradigmas da indústria cultural ocidental. Sua assinatura arranjística era um *meta-narrativo* sonoro.
Ah, claro. Outro santo negro que a mídia inventou pra se sentir melhor. O cara fez um disco que vendeu muito, mas quem realmente inventou o som? Os produtores brancos que ele copiou. Thriller? Um produto de marketing, não de arte.
Eu chorei ouvindo "Thriller" pela primeira vez... e depois chorei de novo quando descobri que ele produziu tudo isso enquanto enfrentava racismo, perda, e ainda assim nunca parou de criar... isso não é só genialidade, é coragem pura!!!
e se o quincy fosse na verdade um agente da cia? tipo... ele criou michael jackson pra controlar a musica negra? e o thriller? era um codigo pra algo maior? eu acho que ele era parte de um plano...
Quincy era tipo o Dumbledore da música. Tinha um sorriso tranquilo, mas por trás dele, movia todo o tabuleiro. Um dia você ouve um riff e não sabe que foi ele quem colocou aquele violino lá no fundo... e aí você descobre e sua vida muda.
muito bom esse texto mas qnd fala da mafie e da mae dele... isso e real? nao achei em lugar nenhum... sera q o autor inventou isso pra dar drama?
Você acha que ele foi um gênio? Não. Ele foi um oportunista que soube se alinhar aos interesses do establishment. O jazz não foi salvo por ele. Foi salvo por quem ele apagou.
Não importa se ele foi manipulado ou não. O que importa é que ele usou sua voz para abrir portas. E isso, por si só, é mais que qualquer prêmio.
A parte da infância dele me partiu. Imaginar uma criança com essa dor, e ainda assim escolher a música em vez da vingança... isso é o que a humanidade tem de mais bonito.
Ele não produziu apenas discos. Ele produziu sonhos. E quando você escuta "Soul Bossa Nova" num bar em Salvador, ou "Beat It" num metrô em São Paulo, é ele que tá ali, sussurrando: "você também pode ser mais que o que te disseram que é."
A verdadeira revolução de Quincy não foi o número de álbuns vendidos, mas a ideia de que um negro poderia estar no centro da mesa - não como um artista, mas como um arquiteto. Ele não pediu permissão. Ele construiu a mesa. E depois, convidou todo mundo. Isso é poder. Não o poder da força, mas da visão.
Se ele fosse brasileiro teria virado um funk do RJ ou um samba de roda e ninguém lembraria dele. A música só é importante quando os EUA dizem que é
Quincy não era um herói por acaso. Ele era o tipo de pessoa que, mesmo com tudo contra, escolhia ouvir. E isso, no fim, é o que faz a música viver - não os números, mas a escuta.