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Felca expõe bastidores da infância e alerta no Altas Horas sobre perigo da exposição infantil na internet

Felca expõe bastidores da infância e alerta no Altas Horas sobre perigo da exposição infantil na internet
Jonatas Santana 18/08/25

Felca no Altas Horas: Infância, exposição e um alerta necessário

Felipe Bressanim Pereira, ou simplesmente Felca, lançou uma bomba no sábado, 16 de agosto de 2025, durante sua estreia na televisão no Altas Horas. O YouTuber, famoso pelo humor ácido, estava ali porque balançou a internet com seu vídeo "Adultização", que já acumula mais de 45 milhões de visualizações. Mas foi no palco do Serginho Groisman que Felca abriu o jogo sobre a própria infância e firmou posição: crianças não devem criar conteúdo online.

Felca contou sem rodeios que tentou virar criador de conteúdo pela primeira vez aos 12 anos. Nessa época, ninguém falava de monetização no YouTube: era só vontade de se expressar. Os pais, no entanto, frearam a empolgação. "Eles falaram que era legal, mas cedo demais. Tinha que amadurecer. Me revoltei, mas hoje agradeço", explicou Felca. O influenciador reforçou que, se exposição já pesa para adultos, imagine o dano para quem ainda está crescendo. Ele retornou aos vídeos bem mais tarde, em 2019, já adulto e pronto para lidar com o inesperado universo de críticas, obsessões e até ameaças.

O criador aproveitou o espaço na emissora líder para disparar um recado duro: "Criança não tem que produzir conteúdo online. Internet é ambiente de adulto." Felca bateu nessa tecla e não foi só por experiência própria – ele vê diariamente como a exposição abre portas para críticas pesadas, assédio e uma pressão que criança nenhuma aguenta. E não dá para fingir que a internet é terra sem lei: os riscos existem e são maiores do que muita gente imagina.

Bastidores da denúncia: investigação, ameaças e o impacto do vídeo "Adultização"

O motivo maior do convite para o Altas Horas veio do impacto provocado pelo vídeo "Adultização", publicado por Felca em 7 de agosto. Ali, ele escancarou um esquema pesado de sexualização e amadurecimento forçado de crianças e adolescentes em redes sociais. A repercussão foi tão forte que resultou na prisão do influenciador Hytalo Santos, acusado de exploração sexual de menores em São Paulo.

Felca revelou que a investigação durou quase um ano. Não foi só assistir alguns vídeos e gravar opinião: ele mergulhou fundo, todos os dias, em conteúdos perturbadores. O desgaste psicológico foi tanto que ele precisou se policiar: fazia pausas constantes para não adoecer. "Se você não tem nervos de aço, não aguenta trinta minutos por dia em cima disso", confessou Felca no programa.

Grande parte do foco esteve no caso de Kamylinha, menina que, aos 12 anos, entrou na "Turma do Hytalo" — grupo de crianças expostas a situações totalmente inadequadas para suas idades. Felca foi além e expôs como os algoritmos das redes são cúmplices: bastam poucos cliques para contas novas serem bombardeadas com conteúdo sugerindo sexualização de crianças e adolescentes. E tudo passa quase despercebido pelos filtros das plataformas.

  • Felca relatou ataques e ameaças após o vídeo, mas afirmou que não se arrepende;
  • Segundo ele, crianças influenciadoras viram fácil alvo para criminosos e haters;
  • O vídeo serviu de base para denúncias realizadas até à Polícia Federal;
  • Deputados como Nikolas Ferreira elogiaram Felca por "mexer no vespeiro" e chamar a atenção do país para o problema.

Felca frisou uma coisa que até hoje muita gente ignora: perfis infantis em redes sociais não são só exibidos a admiradores inocentes. Muitas vezes, viram ponte para redes de pedofilia e exploração sexual. O criador conta que recebeu tentativas de difamação depois da denúncia, mas garante que não vai recuar. "A luz está sendo jogada nessa causa. Quem deve ter medo são os pedófilos, não quem denuncia."

Outro ponto importante: Felca não se limita a falar em teoria. Ele se juntou a órgãos oficiais para denunciar tudo o que encontrou. E sempre reforça que, mesmo que o acesso digital seja inevitável, o consumo de conteúdo por crianças deve ser supervisionado de perto – ou simplesmente bloqueado para os menores. Como ele diz: do desenho inofensivo ao conteúdo perigoso pode ser um clique de distância.

O nome Felca agora está diretamente ligado ao debate sobre segurança infantil na internet. Da revolta da infância ao ativismo na vida adulta, suas experiências jogam luz em uma discussão que ficou grande demais para ser ignorada. A TV Globo trouxe para o horário nobre um debate que chama todo mundo para a responsabilidade: proteger as crianças não é pauta de momento, é obrigação de todos.

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