
Final com cara de feriado, estádio cheio e TV aberta
Final inédita para o Cruzeiro, decisão com clima de feriado nacional e cobertura ampla na TV. É assim que começa a primeira partida de Cruzeiro x Corinthians pela final do Brasileirão Feminino 2025, hoje, 7 de setembro, às 10h30 (de Brasília), no estádio Independência, em Belo Horizonte. O mando é celeste, a expectativa é de casa cheia e o confronto promete ser intenso do primeiro ao último minuto.
O duelo terá transmissão em rede nacional: TV Globo e TV Brasil mostram o jogo na TV aberta, enquanto o Sportv exibe na TV por assinatura. O horário matinal, que virou uma marca do calendário feminino em dias de grande audiência, ajuda a levar a decisão para mais gente e reforça o espaço que a modalidade ganhou no último ciclo.
O Independência virou a casa do Cruzeiro nos mata-matas. O clube apostou no estádio por criar um ambiente próximo do campo e barulhento — e a resposta veio na bilheteria. Até a véspera, mais de 17 mil ingressos tinham sido vendidos, de um total próximo a 20 mil disponíveis. O clube mineiro chega embalado por uma semifinal eletrizante contra o Palmeiras e pela confiança de quem quebrou, semanas atrás, o recorde de público do futebol feminino de clubes em Minas: 13.533 pessoas na vitória sobre o Verdão.
Do outro lado, o Corinthians leva para a final o peso de um projeto consolidado, com elenco experiente e mentalidade de decisão. Mesmo sem o mando hoje, as paulistas carregam a vantagem de decidir a volta em casa, no dia 14 de setembro, na Neo Química Arena, graças ao somatório de pontos ao longo de todo o campeonato.
Como cada time chegou e o que está em jogo
A campanha ajuda a entender a moldura desta final. O Cruzeiro foi líder da primeira fase com 36 pontos, dois a mais que o Corinthians (34). A virada de mando, que coloca a volta em São Paulo, vem do sistema de pontuação contínua do torneio: as equipes seguem acumulando pontos também nos mata-matas. Neste recorte completo, o Corinthians ultrapassou o Cruzeiro e garantiu o direito de fechar a decisão em casa.
Nos mata-matas, o roteiro foi de superação e concentração. O Cruzeiro eliminou o Palmeiras com um agregado de 4 a 3. Não foi simples: precisou segurar pressão, usar bem a bola parada e aproveitar o ambiente do Independência para defender a vantagem nos momentos de tensão. O Corinthians, por sua vez, passou pelo São Paulo por 4 a 2, controlando o clássico com autoridade, alternando pressão alta e posse mais cadenciada quando o placar pedia calma.
A presença do Cruzeiro na decisão é um marco para o projeto. É a primeira final do clube no Brasileirão Feminino, resultado de investimento, estrutura e uma leitura correta de elenco para jogos grandes. Além do troféu, a campanha já garantiu ao clube uma vaga na próxima Libertadores Feminina, passo importante para consolidar o time na prateleira de cima.
O Corinthians chega com a bagagem de quem domina o cenário nacional há anos. Não é força de expressão dizer que o time paulista virou referência de organização e competitividade. A experiência de jogo grande costuma pesar em finais, não só pela técnica, mas pela gestão de momentos: saber acelerar, travar o jogo quando precisa, escolher melhor as disputas e proteger a área com atenção a segundas bolas.
Dentro de campo, o duelo tem pontos claros. O Cruzeiro fez da intensidade sem bola uma arma ao longo do campeonato. Pressiona alto quando pode, mas não perde a disciplina para recuar e fechar linhas quando o adversário sai da primeira pressão. Em casa, deve tentar recuperar a bola no campo ofensivo, explorar cruzamentos e chutes de média distância, além de trabalhar bem as jogadas de escanteio e faltas laterais.
O Corinthians, por outro lado, vive bem com a bola. Tem circulação rápida, abre o campo com amplitude e costuma achar infiltrações entre lateral e zagueira — um corredor que vira ouro quando a defesa rival perde a primeira disputa. Na bola parada, também é perigoso, não só pelo cabeceio, mas pela criatividade nas jogadas ensaiadas. Se o Cruzeiro der espaço entrelinhas, as paulistas tendem a ganhar metros com toques curtos e triangulações.
O Independência pode influenciar o desenho do jogo. É um estádio que aproxima o torcedor do gramado e encoraja duelos físicos, ainda mais num horário de manhã, quando o ritmo costuma ser forte desde o apito inicial. Pausas para hidratação são comuns nesse horário e podem quebrar a sequência de pressão — detalhe que muda a leitura do banco e o timing das substituições.
Do ponto de vista emocional, a régua está alta dos dois lados. O Cruzeiro vive o momento do ineditismo e tem a força da arquibancada. O Corinthians carrega o peso de um elenco acostumado a chegar e decidir. Em finais, pequenos detalhes viram episódios marcantes: a primeira finalização enquadrada, uma recuperação de bola no terço final, um erro técnico que vira oportunidade — e, claro, a concentração na última bola da área.
O regulamento da decisão mantém o agregado em dois jogos. Sem vantagem de gol fora, a ideia é simples: construir vantagem hoje, em Belo Horizonte, e administrar (ou buscar) no jogo de volta, em São Paulo. Isso tende a deixar o primeiro jogo mais estratégico, com os técnicos pesando risco e recompensa a cada tentativa de acelerar o ritmo.
Na arquibancada, a expectativa é de festa e números robustos — reflexo da temporada. As marcas de público no futebol feminino têm crescido ano a ano, e a final em BH confirma um movimento que já aparecia nas fases anteriores. Quando o torcedor percebe coerência de projeto e time competitivo, a resposta vem. O Cruzeiro capitalizou isso com comunicação direta com a torcida e preços que estimularam famílias e novos públicos a irem ao estádio.
Para quem vai acompanhar de casa, a variedade de transmissões ajuda. A Globo leva a decisão à TV aberta e amplia o alcance, a TV Brasil reforça a vitrine pública, e o Sportv aprofunda a cobertura na TV por assinatura, com pré e pós-jogo mais longos. Tudo alinhado ao objetivo central: colocar a final em evidência, com linguagem acessível e câmera focada nos detalhes que decidem partidas grandes.
Olho, também, no jogo de volta. Marcar hoje e sair na frente muda a conversa da semana. Obriga o adversário a ajustar plano e coloca pressão no mando da volta. Mas não é só placar: desempenho conta. Um bom jogo, mesmo que sem grande vantagem, pode ser mais valioso do que uma vitória construída em um lance isolado, especialmente em confrontos parelhos como este.
Resumindo a agenda do torcedor:
- Data: domingo, 7 de setembro de 2025
- Horário: 10h30 (de Brasília)
- Local: Estádio Independência, Belo Horizonte
- Transmissão: TV Globo (aberta), TV Brasil (aberta) e Sportv (cabo)
- Jogo de volta: 14 de setembro, Neo Química Arena, São Paulo
Com a bola rolando, ficam a energia do feriado, a casa cheia, a história do Cruzeiro tentando seu primeiro título nacional na modalidade e a consistência do Corinthians testada mais uma vez em um cenário que conhece bem. É a final que o campeonato construiu rodada a rodada, agora em 180 minutos que vão definir a temporada.